segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A História do Leite Condensado



No dia 22 de janeiro de 1890, o jornal O Estado de São Paulo trazia, em meio a seus classificados, um anúncio discreto. Desembarcara no Brasil e estava à venda “a varejo e em grosso” na drogaria São Paulo, na rua São Bento, um novo produto. Ótimo alimento para “creanças”, preferível mesmo ao leite fresco, esse novo produto era o leite condensado, que oferecia a garantia do nome do doutor Henri Nestlé. Realmente o nome do suíço Henri Nestlé já representava uma garantia para as mulheres bem informadas. Desde 1866, Henri Nestlé produzia na Suíça uma milagrosa Farinha Láctea, que era importada no Brasil pelos consumidores exigentes. E em 1876 fizera publicar no jornal uma carta que caracterizava uma afirmação indiscutível da sua confiabilidade e da preucupação com a marca que leva seu nome. A carta informava ao consumidor brasileiro que só existiam no País dois representantes autorizados para comercializar seu produto: o sr. D. Filipone, no Rio de Janeiro, e o sr. Henrique Levi, em São Paulo. Com essa carta ele pretendia evitar a venda de farinha falsificada, que usasse indevidamante seu nome. Sem dúvida, esse suíço era uma pessoa confiável e merecia crédito ao anunciar seu “Leite Condensado”.


O novo produto logo conquistou as preferências. Durante anos a fio, os carregamentos vindos da Suíça foram esperados com ansiedade. E quando nas boas casas de importados aparecia a tal latinha, trazendo espantada a figura de uma simpática mocinha suíça que permitia indentificar logo a procedência, as solitações eram imediatas. Todas queriam a “lata da mocinha”. E assim, a mocinha suíça entrou na cozinha brasileira e veio para ficar. Com o seu jeito de inventar e inovar, a mulher brasileira, para não ter de ler em inglês, transformou a mocinha da lata em marca, ao pedir, simplesmente, “aquela lata que tem a mocinha”, ou “a lata da mocinha”.essa indentificacão foi tão forte que mais tarde, quando se comecou a fabricar o leite do Dr. Nestlé no Brasil, não se hesitou em indentificá-lo como leite moça, marca que se preserva até hoje.




Cremoso, macio e doce, o Leite Moça ajustou-se às maravilhas, à tradição doceira do País, onde o sabor bem doce era um requinte tão prezado quanto a textura macia e cremosa. Esse novo produto não tardou a tornar-se indispensável. Para começar, o Leite Moça facilitou o preparo dos pudins, ambrosias, babas-de-moça, doces de leite. E ele foi entrando e refinando o preparo das cocadas, beijinhos, sequilhos e rosquinhas. Adoçou e tornou mais cremosa a canjica, o arroz-doce, o curau, os ovos nevados. Ajudou a tornar mais macio os bolos, os manjares e as balas. 



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